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Vereador carioca faz "vaquinha" com salário de servidores

O presidente da Câmara de Vereadores de Casimiro de Abreu, Alessandro Macabu (PSC), montou um esquema irregular de arrecadação de verbas por meio de repasses mensais de salários de pelo menos 12 servidores, segundo denúncia dos próprios doadores. De acordo com eles, Macabu, conhecido como Pezão, faturava todos os meses R$ 21.765 em doações, o que correspondeu a R$ 621 mil entre os anos de 2012 e 2105. As denúncias chegaram a dois vereadores da Casa, Odino Miranda (PSDC) e Lázaro Mangifeste (PV), que semana passada pediram a destituição de Pezão da presidência. O pedido deve ser votado nos próximos dias. Segundo os funcionários, a caixinha era entregue em dinheiro ao gabinete do presidente. Em nota enviada ao DIA , Macabu nega as acusações. As entranhas do arranjo foram reveladas primeiro pelo funcionário Ailton Aragão Baldioti, de 38 anos, exonerado em abril. Mesmo sabendo que podia ser punido pelo esquema, Aragão gravou um vídeo com a denúncia. No material obtido pela reportagem, Aragão afirma que ele e outros assessores da Câmara repassavam as quantias para o chefe de gabinete, que entregava ao presidente. Ailton afirma que “pagava” ao presidente R$ 2.000 do salário de R$ 2.590 (um total de R$ 48 mil durante o período de fraude). Ele afirmou que usava os R$ 500 que lhe cabiam para pagar a pensão de seus filhos. A equipe do jornal foi até a casa do ex-chefe de gabinete, Jairo Macabu, que confessou sua participação. Primo de segundo grau do presidente — daí os sobrenomes iguais — e servidor concursado há 13 anos da Câmara, ele afirmou que durante dois anos e quatro meses recolheu salários de 12 funcionários, alguns fantasmas (não trabalhavam para a Câmara) e familiares de cabos eleitorais do presidente. “Eu e Wilson (Soares), assessor especial da presidência, recolhíamos o dinheiro e repassávamos para o presidente. Ele (Pezão) fazia o acordo político com essas pessoas dizendo ‘você vai ficar com tanto, e você me repassa o resto’”, disse. Segundo o servidor, que pediu exoneração do cargo em abril, os salários eram depositados por volta dia 20 e entregues em dinheiro vivo ao gabinete pelos funcionários, que ficavam em sua maioria com apenas R$ 500. “Ele tinha uma listagem de todos os nomes com os valores recebidos. Eu tenho algumas destas anotações, algumas com a letra do presidente”, diz. Em uma das listas obtidas pelo DIA , aparecem repasses de até R$ 6 mil por mês. “Se houver a quebra de sigilo bancário destas pessoas, tudo vai estar comprovado. Ninguém vai lá e saca todo o salário”, declara. Jairo afirmou que também era comum o presidente se apropriar das indenizações dos funcionários, recebendo até R$ 14 mil. O salário do vereador é R$ 6.500. (O Dia)