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Globo prefere imagens de fotógrafos a exibir logotipo da Record

O Pan encolheu na Record. A emissora que prometia mostrar tudo quando comprou os direitos do maior evento esportivo das Américas está dedicando aos Jogos de Toronto, no Canadá, apenas a metade do tempo da cobertura da edição de 2011, em Guadalajara, no México. Entre sexta e domingo, a Record teve 9 horas e 32 minutos de Pan. Há quatro anos, foram 18 horas e 19 minutos. A queda da audiência também foi proporcional, de 9 pontos em 2011 para 5 agora. Neste ano, a Record reduziu sua equipe no Pan para 80 profissionais. Em Guadalajara, foram 245. Em crise, com uma meta de corte de custos de 8,75% no início deste semestre e em processo de terceirização de programas e novelas, a emissora não investiu neste ano na montagem de um estúdio em Toronto. A âncora do Jornal da Record, Adriana Araújo, vem fazendo entradas ao vivo diretamente de instalações esportivas ou na rua. Até agora, a maior crítica à Record foi não ter mostrado ao vivo a abertura oficial dos Jogos de 2015, na sexta (10). A emissora preferiu exibir no horário a novela Os Dez Mandamentos, sua maior audiência. Quando, em 2008, comprou os direitos exclusivos do Pan de 2011, a Record prometeu uma megacobertura, com a transmissão ao vivo na íntegra das principais disputas, principalmente as que envolveriam o Brasil. Na época, cutucou a Globo, que, dizia a Record, só mostrava flashes do Pan. A emissora fez um grande investimento no Pan de Guadalajara e, pouco antes da competição, comprou o evento de 2015, mas os resultados comerciais e de audiência não foram considerados satisfatórios. A Record justifica o menor espaço ao Pan dizendo que sublicenciou a competição de 2015 para o Sportv, canal pago da Globo. A emissora do bispo Edir Macedo pagou US$ 10 milhões pelos direitos do evento e já garantiu o de 2019.Enquanto isso, na Globo, o Pan de Toronto só tem recebido espaço nos telejornais. Até a madrugada desta terça (14), dedicou 20 mintuos e 37 segundos ao evento. Em todos os telejornais, justificou que não possui os direitos de transmissão e que, "por isso tem limitação no uso das imagens das competições". A Globo, na verdade, poderia usar dois minutos por dia de imagens das provas cedidas pela Record, como estão fazendo as concorrentes. Mas a emissora preferiu ignorar a cortesia, principalmente porque seria obrigada a exibir o logotipo da Record em sua tela. A Globo optou, portanto, por mostrar fotos de agências internacionais que registram as competições e investir em reportagens no Canadá, para onde enviou Pedro Bassan e Edson Viana. Segundo profissionais da Globo, além de vir com o logotipo da Record, o material cedido pela concorrente é limitado, pois ela mesma escolhe as imagens. Por contrato assinado com as emissoras não detentoras dos direitos, como Band e SBT, a Record oferece seis minutos de imagens por dia, dos quais as TVs só podem escolher dois e reprisá-los no máximo três vezes. As imagens são enviadas diariamente às 19h, o que é também um limitador. A Globo já cobriu o Pan de 2011 com imagens de fotógrafos. Na Olimpíada de Londres, usou imagens de cinegrafistas, porém elas não eram cedidas diretamente pela Record, e, sim, pela entidade que as captava, a OBS (Olympic Broadcasting Services). A Globo tinha muito mais opções e não se via obrigada a mostrar a logomarca da Record _apenas a frase "imagens cedidas pela TV Record". Procurada, e emissora se manifestou com a seguinte nota: "O Pan está sendo coberto pela Globo exatamente do mesmo jeito que foi coberto em 2011, em Guadalajara. A escolha do uso de fotos de imagens creditadas fica a critério das emissoras não detentoras de direitos de transmissão, como acontece em todo o mundo. A cobertura jornalística da Globo segue dois princípios: informar os seus telespectadores e respeitar acordos sobre direitos esportivos. O que implica, naturalmente, uma cobertura mais limitada, mas suficiente para divulgar as principais notícias sobre o evento".