O governo pretende conceder ao setor privado ainda este ano mais três
aeroportos internacionais: Salvador, Porto Alegre e Florianópolis,
considerados atraentes ao setor privado. Segundo técnicos envolvidos nas
discussões, nessa rodada, a Infraero deverá ficar com uma participação
menor no negócio, a mínima necessária para assegurar assento no conselho
de administração da empresa que vai assumir os aeroportos (igual ou
superior a 15% das ações com direito a voto, pelas Lei das S.As). Nos
cinco aeroportos já leiloados (Brasília, Viracopos, Guarulhos, Galeão e
Confins), a estatal ficou com 49% de participação e a iniciativa
privada, com 51%. Desta vez, há preocupação em reduzir o impacto fiscal
da participação da Infraero, pois a empresa é deficitária e precisaria
de aportes mais elevados da União para acompanhar o novo sócio, tanto em
capital, quanto nos investimentos. Em 2013 e 2014, o Tesouro precisou
injetar R$ 4,2 bilhões na Infraero, e neste ano, há previsão de mais R$
1,9 bilhão. Segundo dados da Secretaria de Aviação Civil (SAC), o
governo arrecadou R$ 2,6 bilhões com as concessões dos aeroportos nos
últimos dois anos e a previsão é de mais R$ 2,6 bilhões em 2015. O total
de investimentos realizados pelos concessionários somou R$ 6,85
bilhões, o que resultou em uma ampliação da capacidade dos terminais de
87%.