Um tribunal federal americano permitiu, nesta
quinta-feira, que quatro Estados proíbam o casamento gay, na primeira decisão de
uma corte contra a união homossexual no país. Sob a alegação de que o tema não
deve ser decidido pela Justiça, o Tribunal de Apelações do Sexto Circuito, com
jurisdição em Michigan, Ohio, Tennessee e Kentucky, decidiu que a Constituição
americana não impede que os Estados definam o casamento como uma união entre um
homem e uma mulher. A sentença, contrária à atual tendência dos tribunais
americanos, que têm se pronunciado a favor do casamento gay, pode forçar a
Suprema Corte dos Estados Unidos a decidir sobre o tema. Até agora, o tribunal
máximo do país se esquivou de legalizar a união entre pessoas do mesmo sexo em
nível nacional, deixando a decisão para os Estados. Atualmente, o casamento gay
é reconhecido em 30 dos 50 Estados americanos e no Distrito de Columbia, onde
fica a capital Washington. Na decisão desta quinta, o Tribunal de Apelações
reconheceu que a definição de casamento está claramente mudando nos Estados
Unidos, mas destacou que não cabe à Justiça realizar esta mudança. "Quando os
tribunais não permitem que o povo resolva novos temas sociais como este,
perpetuam a ideia de que os heróis nestes eventos de mudança são os juízes e os
advogados".