A hora do almoço na Universidade Estadual de
Santa Cruz (Uesc), na quinta-feira (30), foi diferente. Unidos por uma luta
necessária, vários estudantes realizaram o Movimento Pró-saia, em que homens e
mulheres vestiram saias, e proclamaram palavras de ordem. O ato, organizado
pelos coletivos “Aqui Há Voz”, e LGBT Flores Astrais e pelo Centro Acadêmico de
Comunicação Social, se intensificou após a morte violenta de Lucas Fortuna,
militante das causas LGBT, em 2012. O objetivo é dar um basta à homofobia, que
mata uma pessoa a cada 26 horas no Brasil. Na realização do movimento, que
aconteceu no Restaurante Universitário e nos principais pavilhões da
instituição, das 12 às 13h, diversos casos de crime por homofobia foram
gritados, além da cobrança imediata da aprovação do Projeto de Lei 122, que
criminaliza a homofobia no país. “O ato de vestir saia é se propor a estar no
lugar do outro, transgredir o próprio gênero, desfazer padrões impostos pela
sociedade, e se colocar no lugar das vítimas de LGBT fobia que recebem olhares e
comentários maliciosos todos os dias”, disse Suama Reis, uma das organizadoras
do movimento.