TV

TV REPÓRTER

propaganda slides

PLAY DA RÁDIO CACAU FM

PLAY DA RADIO CACAU FM

Páginas

Nova facção quer aniquilar família de rivais em Itabuna

Uma guerra sanguinolenta, que já deixou mais de 50 mortos e centenas de feridos, ganhou mais uma organização “terrorista” e disposta a aniquilar os “soldados” da nação inimiga. O “prêmio” é apenas um: a soberania do tráfico. Estamos falando da mais nova facção criminosa que se formou em Itabuna. Trata-se do DMP, grupo formado por ex-integrantes do Raio B dos bairros Daniel Gomes, Maria Pinheiro e Pedro Jerônimo. Jovens e adolescentes que romperam com o “contrato” e resolveram criar suas próprias leis. Em entrevista ao Diário Bahia, o delegado Marlos Macedo, titular da DH (Delegacia de Homicídios), falou sobre o assunto e revelou parte do “mapa” traçado pelo DMP, que ameaça, além dos membros dos Raios A e B, cidadãos de bem, reféns da violência. Pais e filhos presos dentro das suas próprias casas. Trabalhadores e estudantes que se arriscam a sair e acabam ficando no meio do fogo cruzado. Quem mora no bairro Pedro Jerônimo, por exemplo, pôde presenciar, recentemente, homens fortemente armados “guardando” uma casa. Era a residência da família do traficante e homicida Sidmar Soares Santos, o “Bolota”, transferido para o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande (MS), desde março de 2013. Segundo Macedo, os familiares do preso, que é um dos líderes do Raio A na cidade, estão sendo ameaçados de morte. A mãe do detento, inclusive, chegou a sofrer um atentado, quando dezenas de tiros foram disparados contra o imóvel, na avenida principal da comunidade. Os ataques, informou o delegado, foram ordenados por Thiago Penteado, chefe do DMP, “setor” do Daniel Gomes. “Eles querem ‘dinamitar’ o prédio que Bolota construiu e, com isso, assumir o controle total do trafico no Pedro Jerônimo”, explicou o policial. Perguntamos a dr. Marlos como fica a situação das famílias que moram naquele lugar. “Daremos todo o apoio possível, desde que nos procure”, disse. E o que a polícia tem feito para amenizar as conseqüências desse confronto? O delegado informou que, além de listar e pedir a prisão dos envolvidos em homicídios ou atentados, está em andamento um inquérito policial na 2ª Delegacia, sob a responsabilidade da delegada Katiana Amorim. O objetivo dessa investigação é identificar e prender todos os acusados nos crimes de tráfico de drogas, principal “pivô” dos assassinatos, e formação de quadrilha.

O delegado assegurou que cerca de 90% dos homicídios ocorridos na cidade são frutos desse combate, aparentemente interminável, entre traficantes. Não é mais segredo que as ordens para matar “A, B ou DMP”, na maioria das vezes, saem de dentro das celas do Conjunto Penal. E agora a coisa ficou mais moderna. Basta uma mensagem e ponto: a “sentença” é dada via facebook ou whatsapp. “Internos fazem uso continuado de aparelhos celulares modernos (S4), ordenando homicídios até pelo facebook, como já presenciei por uma testemunha”, reforçou o policial, que se mostrou um tanto cético no que diz respeito ao combate dessa prática. “Infelizmente, esse é um problema que parece sem solução em nível de Brasil”, declarou. Como na primeira entrevista que concedeu a este jornal, há cerca de dois anos, Dr. Marlos continua afirmando que combater o tráfico é como enxugar gelo e atestou: “Quanto mais prendemos, citando a PM e a Civil, a gente observa que sempre há alguns adolescentes assumindo os postos de comando do tráfico de drogas. Estamos sempre prendendo as mesmas pessoas”. Quanto aos bairros considerados mais perigosos e onde ocorre o maior índice de assassinatos, o delegado destacou oito: Daniel Gomes, Pedro Jerônimo, Califórnia, Pau Caído, Novo Horizonte, altos dos Canecos e Cuscuz, Lomanto e São Lourenço. Ele informou que nestes locais, inclusive, estão sendo intensificadas ações para tentar punir os assassinos, alguns deles já com prisões decretadas. A polícia já identificou, por exemplo, “guerras” específicas entre os altos do Cuscuz e dos Canecos; bairros Lomanto e Santo Antonio. Esta última, aliás, ditou o crime ocorrido no mês passado, no clube da Adelba, durante um chá de bebê. Na ocasião, um homem foi morto e duas adolescentes saíram feridas. “Estamos atentos a todos os homicídios que ocorrem na cidade. Quando parece que a DH não está atuando, é porque estamos formalizando o inquérito policial e pedindo as prisões dos envolvidos, para depois desencadear operações e cumprir os mandados judiciais”, justificou. (Reportagem: Simone Nascimento/Diário Bahia)