Poucos itabunenses se dispuseram a abrir mão de suas atividades pessoais para aderir ao 1º Grito da Água, evento realizado neste sábado, 22, Dia Mundial da Água. Em outras cidades, este é um momento de refletir sobre como esse recurso essencial vem sendo utilizado e o que é possível fazer para recuperar os mananciais. Em Itabuna, cidade que despeja quase todo o seu esgoto sem nenhum tratamento diretamente no Rio Cachoeira, o dia passaria em branco se não fosse por uns poucos. Ainda assim, valeu e o pequeno número de participantes foi considerado pelos organizadores uma consequência natural do fato de ter sido este o primeiro grito. Em Salvador, o mesmo movimento já é realizado há mais de dez anos e mobiliza mais gente. A organização do grito na cidade sul-baiana coube ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Água, Esgoto e Meio Ambiente da Bahia (Sindae) e coletivo Fiscal Grapiúna, contando com o apoio da OAB. Entre ocupantes de mandato eletivo, prestigiaram o evento apenas o deputado estadual Yulo Oiticica (PT) e dois vereadores também petistas: Gilmar Santiago, de Salvador, e Paulinho, de Itabuna. A principal reivindicação feita no ato é a de que o governo invista mais em coleta e tratamento de esgoto, a fim de reverter o processo de degradação do Rio Cachoeira. Um rio que já garantiu a sobrevivência de muitas famílias e ainda hoje abastece 25% da população local, mas se transforma, cada vez mais, em esgoto a céu aberto. (Bahia 24 horas)