A presidente Dilma Rousseff oficializou nesta
quinta-feira as três primeiras mudanças em sua equipe ministerial. Não houve
surpresas: Aloizio Mercadante trocará o Ministério da Educação pela Casa Civil,
já que a ministra Gleisi Hoffmann deixa o posto para concorrer ao governo do
Paraná. O lugar de Mercadante será ocupado por Henrique Paim, hoje
secretário-executivo da Educação. Na pasta da Saúde, Alexandre Padilha passará o
cargo para Arthur Chioro, atual secretário de Saúde de São Bernardo do Campo
(SP). Padilha disputará o governo de São Paulo nas eleições de outubro. As
trocas foram anunciadas em nota pela Secretaria de Comunicação da Presidência da
República. A posse dos novos ministros será na próxima segunda-feira, no Palácio
do Planalto. Gleisi e Dilma se reuniram no Palácio do Planalto na manhã desta
quinta para fechar os últimos detalhes da troca ministerial. As duas conversaram
reservadamente por mais de uma hora. Em seguida, o novo ministro da Casa Civil
participou do encontro. As mudanças devem continuar nos próximos dias, já que
outros ministros deixarão o cargo para disputar as eleições. Mas Dilma ainda tem
problemas a resolver: para garantir uma aliança ampla nas eleições, ela pretende
abrigar o PTB e o Pros na equipe ministerial. Por outro lado, o PMDB quer
receber um sexto ministério, em um pleito que pode ter consequências nas
disputas regionais. Gleisi e Padilha deixaram o ministério para disputar os
governos do Paraná e de São Paulo em outubro. Senadora de primeiro mandato pelo
PT, Gleisi ganhou cacife político na gestão Dilma. Já Padilha foi uma escolha
pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar desalojar o PSDB
do governo paulista. Antes de deixar o posto, Padilha ainda usou o cargo no
ministério para iniciar sua campanha no rádio e na televisão: com o pretexto de
anunciar uma campanha nacional de vacinação contra o HPV, usou seus quatro
minutos em cadeia nacional para apresentar um balanço de sua gestão na Saúde e
fazer propaganda do programa Mais Médicos, uma das bandeiras de sua futura
campanha. Outros sete ministros devem deixar o cargo nas próximas semanas para
disputar as eleições – o prazo da Justiça Eleitoral é dia 4 de abril. São eles:
Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Pepe Vargas
(Desenvolvimento Agrário), Antônio Andrade (Agricultura), Maria do Rosário
(Direitos Humanos), Gastão Vieira (Turismo) e Marcelo Crivella